sábado, 22 de novembro de 2008

A sala.

Ia demorar então sentei em uma cadeira dura e desconfortável, a única que estava ali mas minhas pernas doíam tanto que a última coisa em que eu conseguia pensar era no desconforto da cadeira e realmente era o de menos naquele momento.
Olhei para baixo, observei o tênis velho e rasgado, companheiro de tantas coisas, tanto momentos e que me acompanhava naquele momento também. O chão estava limpo como o de um hospital contrastando com o tênis que já estava gasto de tanto andar por aí, afinal os caminhos foram tantos que nem ele mesmo aguentava mais - Espero que seja a última parada.
Estava inquieta, meu corpo inteiro tremia como se eu estivesse nua em uma noite de frio e vento sem nada para me proteger do frio; as mãos geladas começavam não conseguiam ficar sem mexer em algo, meus pés pareciam dominados por formigas que os moviam para lá e para cá incessantemente.
Começo a pensar em quanto tempo já se passou, a espera está ficando cada vez mais longa embora eu saiba que o fim de tudo isso está próximo e logo eu poderei ir pra casa me deitar e tentar descansar da longa jornada. Os minutos (que mais pareciam dias) custavam a passar e já não havia nada que pudesse me distrair, a longa espera estava me matando. Naquele momento inconscientemente eu começo a ter esperança, tudo podia mudar depois dos longos minutos (que mais pareciam dias²) e mudar para melhor; quem sabe essa não era a hora do meu final feliz.
A porta se abriu e eu conseguia enxergar tudo, percebi que a esperança me levou até ali mas eu sempre soube que a resposta seria insatisfatória. De nada valeu esperar tanto, foi simplesmente em vão todo o sacrifício que fiz para chegar até ali e ouvir o que nunca quis!
As coisas se perderam, eu me perdi o foco não era mais aquele e eu estava com medo das consequencias que essa dor poderia me causar, naquele momento tudo ficou difícil e eu estava sozinha naquilo. Como culpar as pessoas que passaram pela minha vida por eu ter a minha vida? Como culpar alguém que não tem nada a ver com aquilo? A vida toma seu próprio rumo e eu não a controlo (infelizmente).

Não há conforto na sala de espera, só a angústia que antecede o não que você nunca quis ouvir.

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