Existe uma linha tênue entre as pessoas e eu.
Certa vez, conheci um cara e puxa vida! Ele era O Cara! Lia meus pensamentos, sabia exatamente o que eu sentia.
Foi ele que me segurou naquele dia em que mais uma vez (como acontecia e as vezes ainda acontece) eu perdi a cabeça e quase fiz uma besteira das grandes; quando eu precisei chorar e dizer que estava cansada de tudo insistentemente me persegue era ele que estava ali pra me mostrar que era só uma fase e depois que ela fosse eu perceberia que não era o fim do mundo como eu pensava naquele momento.
Naquela noite eu soube, ele era o primeiro cara que me fazia sentir aquilo e com uma palavra me levava do inferno ao céu sem fazer muito esforço. Sim, eu estava apaixonada. (Vai dizer que você achou que eu nunca me apaixonei?)
Me joguei de cabeça, sem pensar duas vezes em qualquer tipo de consequencia ou coisa parecida e por incrível que pareça estava dando certo e me fazia um bem incomensurável, pareciam as melhores tardes da minha vida.
Então um dia ele acordou e fingiu não me conhecer, simplesmente me ignorou sem dizer qualquer coisa era como se eu fosse invisível na frente dele e nenhum dos meus gritos o faziam largar essa indiferença. Eu estava caindo.
Os dias que se sucederam foram tão estranhos, com aquele insistente nó na garganta que nunca saía mas eu jurei diante do espelho que nenhuma lágrima seria derramada por ele que não merecia, não merecia nada nem que eu me importasse com o fato de ter me abandonado... eu me importava.
Semanas se passaram e a suposta 'dor insuportável' já não era tão forte, os dias antes tristes já não eram tçao nublados e fingir que não me importava com ele já não era uma coisa tão difícil de se fazer, eu sabia o que estava por vir.
Dois meses após o incidente que antes me deixara tão mal, eu sentia o gosto da superação que não era tão agradável mas era milhões de vezes melhor do que o da rejeição.
E eu fui vivendo, sorrindo, me divertindo, aprendendo, errando.. algumas vezes me culpava por coisa ou outra mas nada que me fizesse tão mal. Ele não estava mais em meus pensamentos.
Um ano depois ele retornou, disse ter sido infantil, ter errado em uma coisa simples. Eu era a garota que ele sempre quis mas não sabia. Eu, uma menina de 15 anos era tudo o que ele não havia encontrado em 20 então pensei comigo: é a minha chance de ser feliz ao lado de alguém, a primeira e talvez a última.
Novamente me entreguei, abri as portas da minha vida para que ele entrasse pois tinha certeza que o que sentia por ele estava ali, adormecido em algum lugar e tinha esperado por ele para ser feliz, para ter o que mal sonhara em ter: um romance de filme. Só que naquele instante eu senti uma pontada estranha, o coração ficou apertado e não, ainda não era medo.
Novamente dias passaram, com menos intensidade, brilho, menos. Eu queria vê-lo, mas uma tarde deitada era tão atraente e eu estava tão cansada depois de ir pra escola, inglês, teatro.. ele estava ali pra mim, eu não ia perdê-lo (- Amanhã te vejo. Ah, não! Amanhã é quarta.. tenho handball, pode ser na sexta?). A sexta nunca chegou, eu não telefonei, não entrei no msn, não deixei recado no orkut, não passei na rua dele, simplesmente deixei pra amanhã.
Outras pessoas vieram e se foram, não me entreguei totalmente a mais ninguém pois não tinha vontade de ficar com aquele nó na garganta por algo que não me é mais tão importante. Aprendi a aproveitar o melhor das pessoas e deixa-las ir, seguir o que desejam pois todos tem a sua hora de partir e isso não deve ser visto como uma coisa ruim ou do contrário todos permaneceriam sempre estáticos no mesmo lugar e eu não chegaria a conhecer nenhum deles.
A linha entre gostar deles e gostar de mim é tênue mas existe e sempre meu lado prevalecerá.
Ontem andando pelo centro encontrei com ele, parecia que o tempo não passou. As mesmas roupas, o mesmo traço, a câmera na mão tirando fotos de todas as coisas aleatórias do dia-a-dia de São Paulo.. Eu ri, dei um tchauzinho no meio da multidão.
- Quanto tempo..
- Né.
- Me diz por que você sumiu.
- Foi você que me deixou ir.
- Não, eu tentei arrumar as coisas.
- Vai ver que meu coração já não dispara quando te vejo.
E fui, sem olhar para trás, sem achar que era uma vingança. Só fui, andei no meio de todas aquelas pessoas e comecei a imaginar quantas pessoas eu já deixei, quantas me deixaram e por que isso não me afeta tanto... Quem sabe o que eu mais sinto falta eram das boas conversas, mas isso ah eu encontro em qualquer bar de esquina.
Trauma de relacionamentos? Talvez (na verdade eu diria que tenho uma visão diferente de relacionamentos), mas quem disse que eu nunca mais me apaixonei? Eu simplesmente deixo as pessoas livres da mesma maneira que me sinto livre.
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Há 4 anos
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